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17 de janeiro de 2017

13 Preciosidades sobre Natal/RN durante a 2ª Guerra Mundial.


Natal/RN na Segunda Guerra Mundial.
Nos idos de 1942, o Brasil entra na segunda guerra mundial e Natal, a capital do Rio Grande do Norte foi escolhida pelos americanos, por possuir uma posição geográfica privilegiada, facilitando os deslocamentos para os Continentes Africano e Europeu.
Getúlio Vargas (centro) e Roosevelt (à esquerda)
A cidade, durante este período sofreu enormes mudanças. Nesta época, a cidade tinha aproximadamente 90 km2 e 50 mil habitantes. Foi à cidade brasileira que sofreu mais impactos com a Guerra, devido ter abrigado a principal instalação da Força Aérea Norte-Americana e diversas unidades das Forças Armadas Brasileiras. Na época a cidade de Natal terminava perto do Aeroclube.
Cerca de 10.000 soldados americanos invadiram Natal, além de pessoas de outros estados e municípios do RN, mudando drasticamente a vida da cidade. Este contingente acarretou uma demanda de aumento na quantidade de serviços nas áreas de construção, infraestrutura (transportes, hotéis e pensões) e abastecimento.

Entre o glamour de uma cultura hollywoodiana e o temor de bombardeios de aviões nazistas, Natal deixou seu nome escrito na história mundial. Mais do que a importante participação durante o conflito, a influência cultural dos americanos marcou para a sempre nossa cidade.

Selecionamos abaixo, os principais fatos desta época, ocorrido neste período na cidade de Natal/RN.


1)       A Construção da Base Aérea de Parnamirim.
No ano de 1943, os americanos constroem em Natal, a maior base militar fora de seu território - Parnamirim Field - identificada nos mapas como Trampolim da Vitória.


Quando o Governo dos Estados Unidos iniciou a construção do “Campo de Parnamirim”, já existiam algumas obras, tais como hangares, estações-rádio, e pequenas instalações para usos diversos. A Base Americana dispunha de mais de 700 edificações, a maioria em estilo simples que ficou conhecido como “barraco”, para suportar um trânsito diário de 400 a 600 aeronaves, em demanda da África.

A construção dessa nova Base Aérea contou com dez hangares, instalações para combustíveis que abrangiam 20 tanques de superfície de aço, 12 tanques de aço subterrâneos, cinco plataformas e sete bombas fixas. As instalações da Base Aérea americana permitia o alojamento de aproximadamente 5.000 soldados, entre oficiais e subalternos, tinha um hospital com disponibilidade de 178 leitos.
“Parnamirim Field” era uma verdadeira cidade, ainda foram construídos armazéns para grandes estoques de sobressalentes e de materiais que seriam transportados para outros destinos. Na Base eram consumidos 100 mil litros de gasolina por dia.
Através do Jornal Foreign Ferry News, verificou-se a existência de restaurantes e cafeterias, com capacidade de servir 500 pessoas de cada vez; uma padaria; uma fábrica de Coca-Cola; um supermercado, um dos maiores do mundo, os negócios chegaram a girar 50 mil dólares num único dia; uma biblioteca com 5 mil volumes; discoteca; sorveteria; uma cervejaria, a PX Beer, capela para 400 pessoas; quadras de beisebol e de diferentes esportes; escritório de seguros; escritório de câmbio; agencia do US Post Office, forum, policia e cadeia, teatro; clubes para oficiais e subalternos, os USO’s, tanto na Base como na Cidade; e Emissora de Rádio – USMS, com programa direto pela Columbia Broadscasting System de Nova York (Melo, 1993).

Informou-se que o custo total da obra realizada atingiu a elevada cifra de US$ 9.403.461,00 (dólares) sem incluir os materiais e equipamentos que foram embarcados dos Estados Unidos. Seis mil trabalhadores, sendo a maioria do Rio Grande do Norte, se revezaram dia e noite na referida obra.
No auge de sua ocupação e funcionamento, a Base aérea teve pousos e decolagens a cada 3 minutos, e aproximadamente 15 mil pessoas transitando, entre civis e militares. Parnamirim era o mais congestionado aeroporto do planeta, com até 800 pousos e decolagens num dia de pico. Natal era tão importante que ficou conhecida como a “encruzilhada do mundo”.


2)       A Construção de Parnamirim Road – “A Pista”.
Parnamirim Road, conhecida na época como “A Pista”, tinha 20 km de asfalto e interligava o porto de Natal à Base Aérea dos EUA localizada em Parnamirim. Foi o primeiro asfalto construído no Rio Grande do Norte, correspondia às atuais avenidas Hermes da Fonseca, Salgado Filho e a BR-101.
Sua construção custou aos americanos, a bagatela de seis milhões de cruzeiros e durou seis semanas. Através dela eram transportados cerca de aproximadamente 100 mil litros de combustível, usados nos aviões americanos que passavam pelo Trampolim da Vitória.
Antes da construção da pista, o acesso à Base Aérea era feito apenas pela cidade de Macaíba (a 39 km de Natal) e percorrer este percurso, levava em média três horas. O asfalto reduziu o tempo para 20 minutos.

Por baixo da Pista foi construído um “pipeline”, uma tubulação de 20 Km, que transportava combustível da própria ESSO, que chegava nas Rocas vindo nos “anfíbios gigantes” até a Base Aérea Parnamirim Field. “A pista” era o eixo de um itinerário cultural militar muito inovador, surpreendente e destoante da dinâmica normal que precedeu a cidade antes da Segunda Guerra.


3)       A Base Naval – “A Rampa”.

A Hidro base da Limpa (Praia da Limpa - Montagem), no Bairro de Santos Reis, também foi notável empreendimento de engenharia construída pelos americanos na capital potiguar.

Em Natal, no ano de 1942, o governo americano iniciou as obras de sua Base Naval de Hidroaviões, utilizando o espaço da Pan Am e o ocupado pelos alemães na década de 30. As obras compreendiam um hangar de nariz, cinema, vários prédios de alojamentos, enfermaria, comando, entre outros similares aos existentes no Parnamirim Field.

Ao todo, o investimento custou aos cofres americanos U$ 842.397,00.

A Rampa tinha capacidade para operação hidroaviões de bombardeiros médio de patrulha ou outras aeronaves de peso equivalente, com área de estacionamento pavimentada e destinada a receber hidroaviões que eram empregados para patrulha marítima. A energia elétrica para iluminação da área, luzes da rampa, luzes de mastro, era fornecida pela cidade de Natal, mas, em casos de interrupção de energia, existiam disponíveis dois geradores, que atuavam como unidade de emergência.
As instalações para combustíveis compreendiam dois tanques subterrâneos, de aço, com 6.000 galões de capacidade cada um; outros dois tanques de 4.800 galões e ainda dez tanques de 5.000. O combustível que ficava estocado no Campo de Tanques das Dunas era transferido para a Base de Hidroaviões por meio de uma linha especial de transferência.

4)       O idioma Inglês.
O gosto pelo idioma inglês propagou-se na nossa cidade, nessa época surgiram diversos professores e estudantes interessados no seu aprendizado.

A língua inglesa foi difundida devido à necessidade de comunicação, existiam transmissões de aulas de inglês pela rádio educadora Natal. O Professor Protásio Melo (Fundador e Presidente do SCBEU – Sociedade Cultural Brasil Estados Unidos), foi um dos mais atuantes na difusão do referido idioma, dava aulas particulares e era intérprete em muitas situações.
Durante este período muitas palavras inglesas foram inseridas no vocabulário natalense. A necessidade de comunicação com os americanos despertou o interesse do aprendizado da língua em várias camadas sociais, e treinava - se de várias formas: desde cursinhos a bate papo com os americanos.
O vocabulário de Natal foi enriquecido com palavras novas: “boy”, “Fox/ show”, “yankees”, “money”, “drink”, “big”, “cocktail”, “short”, “boy friend”, “golf”, “relax”, “whisky on the rock”. Outras palavras eram mais usadas pela necessidade de uso constante: “blackout”, “all right”, “ok” e “slack”.

5)       A moda da época.
A moda recorrente na época da guerra era ditada pelos americanos, marcada por visuais mais despojados, totalmente diferente do formalismo da sociedade natalense.

As mulheres mais jovens passaram a usar calças compridas, fruto da influência americana, fumar Cigarro Chesterfield, usar cabelos frisados, Batom, Rouge e Pó de Arroz estavam na moda. As marcas poderiam ser Coty, Helena Rubinstein, ou a popular Royal Briar.
Também, passaram a usar muito o famoso perfume Chanel nº 5 e as famosas meias de nylon, presenteadas pelos soldados americanos.
Por seu lado, os homens adotaram o “slack” (sileque), camisa de tecido bem mais leve, calças jeans e calções curtos de helanca para os banhos de mar.



Os Óculos Ray-Ban, modelo “Aviador” da marca tornou-se uma febre durante a Segunda Guerra Mundial porque os soldados americanos desfilavam pela cidade com eles e chamavam a atenção de toda a população local.

6)       Comidas, Bebidas e Outros.
Chiclete, Coca-Cola, Máquina de Chope, Cigarros Marlboro, Lucky Strike e Chesterfield, este último destinado a moças por ser mais fraco.


O Rio Grande do Norte foi o primeiro lugar da América Latina a ter uma fábrica da Coca-Cola, a quarta do mundo, construída especialmente para atender aos militares. Além do Sundae, Banana Split, Ketchup, Hambúrguer e Enlatados. Natal, realmente conheceu o Fast-Food antes do resto do Brasil.


7)       Diversão.
Com o objetivo de promover a uma maior integração dos militares norte-americanos com a população natalense, foram criados os clubes Hípico e Clube 50, este último criado pelo Consulado americano.

Os americanos realizavam bailes ao ar livre e todas as quintas-feiras nos salões do Aéreo Clube. A Marinha também realizava bailes requintados, que eram frequentados pela sociedade local.
Salas de Cinemas lotadas, com as exibições do Cinema Holywoodiano, estimulada pela presença de artistas, que passeavam pelas suas ruas.
Também, introduziu na nossa cidade, o hábito da prática de esportes (beisebol, vôlei e basquete).

A presença americana marcava presença na cidade, através do bom humor; da alegria de festas e bailes, nos clubes, nos cinemas, nas músicas e ritmos estrangeiros e ainda nos namoros que resultaram em muitos casamentos entre as moças potiguares e americanos.
Ocorreu também o aumento da prostituição, e alguns cabarés se notabilizaram e ficaram bastante conhecidos, existiam cabarés na ribeira e até em Macaíba.

As madrugadas ferviam em prostíbulos como o Wonder Bar, a Casa da Maria Boa, a Pensão da Estela e o Bar Ideal. No entanto, O índice de doenças venéreas cresceu tanto que grupos de soldados passavam semanas de cama, afastados das operações. Foi preciso uma intervenção oficial, em caráter de urgência. Para as garotas saudáveis da zona do meretrício, os médicos americanos emitiam atestados de saúde, os famosos love cards.
8)       Famosos.
A lista de famosos que passaram por Natal na época inclui o arcebispo de Nova York, dom Francis J. Spellman; o príncipe Bernard, da Holanda; o presidente do Paraguai, Higinio Morringo; as primeiras-damas dos Estados Unidos e de Formosa; o embaixador britânico, Noel Cherles (embaixador do Reino Unido no Brasil); o ministro das Relações Exteriores da China, T. V. Soong; atores como Humphrey Bogart e Clark Gable e músicos do quilate de Glenn Miller, cuja famosa orquestra chegou a tocar no Cine Rex, Marlene Dietrich e Bruce Cabot e Al Johnson e Bette Davis.

No embalo dessa euforia estrangeira, os natalenses tornaram-se, digamos brasileiros de vanguarda.

9)       Maria Boa.

Maria Boa chegou a Natal, vindo de Campina Grande, junto com os americanos e a Segunda Guerra. Então, ela instalou sua casa em Natal, que alegrou tanto os soldados americanos quanto à população natalense. Jovens, eles adoravam passar as noites da cidade juntamente com as meninas de Maria Boa, que saíram de suas casas por motivos similares ao de Maria. Era o refúgio aos homens, independente da classe social, das cidades.

A casa fornecia boas músicas, mulheres realmente bonitas e as melhores bebidas, cigarros e música estavam por lá. Muitos começaram a sua “iniciação” no Maria Boa.


O prestigio de Maria Boa era tão grande entre s americanos que um dos aviões B-25 foi batizado com o seu nome e outros tiveram a sua imagem. Sua fama corria mundo, tanto que a casa virou um importante ponto turístico da cidade.


10)    O Soro Natural.

O coco foi usado como soro, durante a Segunda Guerra Mundial, por soldados brasileiros e americanos. O coqueiro, árvore constante nas praias de Natal, foi usado na Segunda Guerra Mundial, fornecendo soro, porque a água de coco é rica em proteínas, sais minerais e vitaminas, livre de gordura e com alto poder reidratante. Era usada como soro fisiológico, sendo injetada na veia de soldados feridos para equilibrar os líquidos do organismo nas cirurgias de emergência. A água de coco também é conhecida por ter uma composição bastante próxima à do plasma humano.

11)   O Comércio e os Comerciantes.

No período da segunda guerra mundial, Natal tinha um pequeno comércio, acompanhando esse vertiginoso crescimento, começou a ver o aumento no número de lojas, bares, sorveterias, restaurantes, pensões, etc.

A Ribeira era nessa época nosso centro comercial. Além de os americanos gostarem muito de comprar nossas mercadorias, o dinheiro girava de mão em mão.

Com relação aos Comerciantes, sobre isso, Smith Júnior em seu livro Trampolim para a Vitória, relata: "Muitos natalenses ganharam dinheiro dos americanos durante a guerra. Um dos primeiros foi a Amélia Machado, que era proprietária da maior parte das terras nas quais a Base de Parnamirim foi construída.


Um outro que obteve lucros foi Theodorico Bezerra, proprietário do Grande Hotel, único hotel de Natal naquela época, hospedava os oficiais americanos, recebendo o pagamento em dólares". No Grande Hotel também funcionava uma casa de câmbio.


Na obra desse historiador, encontramos a história do começo de um dos mais bem-sucedidos empresários potiguares. Vejamos: "Um judeu, Moisés Feldman, abriu uma loja na Ribeira, perto do cais do porto, onde vendia relógios aos americanos. Seu negócio tornou-se tão lucrativo que contratou um empregado, Nevaldo Rocha, que mais tarde tornou-se um rico empresário dono de uma cadeia de lojas, as Confecções Guararapes". Hoje, Nevaldo é um dos maiores empresários do ramo de vestuário do país, dono da Guararapes, Lojas Riachuelo e do Shopping Midway na cidade de Natal.

Uma das lojas que mais lucraram na época foi a Casa Rio – que anos depois deu origem às lojas Rio Center, que existem até hoje na cidade.
Casa Rio.

O proprietário, chamado Alcides Araújo transformou sua pequena mercearia na primeira loja de departamentos do Rio Grande do Norte. Naquele tempo, a loja revendia produtos exclusivos, como perfumes e meias de seda, que eram trazidos do Rio de Janeiro e São Paulo.
Seu Alcides mostra aos soldados americanos a mercadoria que valia ouro. Meia-calça.
Outro comerciante que lucrou muito com os americanos em Natal foi o sapateiro Severino Edízio de Silveira, que conseguiu transformar uma bota rancheira americana numa versão mais leve. A fama das botas correu o mundo Encomendas chegavam à cidade, através das linhas de rádios, de todos os destinos.
12)   O Hábito de ir a Praia.

Os americanos nos ensinaram novos hábitos, como aproveitar melhor o nosso clima, nosso sol, nossas praias usavam seus dias de folga em banhos de mar nas praias de Areia Preta, Ponta Negra ou num outro trecho da orla, menor e mais reservado, que foi batizado Miami.




Pode-se dizer que foram eles que batizaram as belezas naturais das praias de Natal: o mar verde, quente e calmo, as dunas mutantes, o vento perene. Na época, os natalenses tinham o hábito de ir à praia apenas nas férias “temporada de banhos”, entre dezembro e janeiro. Nos dias da guerra, eles descobriram que sua rotina poderia ser bem mais agradável.
Na época os natalenses viam o banho de mar como pouco higiênico e as praias eram frequentadas somente por pescadores e a população mais pobre.

Os militares americanos mudaram essa rotina e tornaram algumas famosas.

13)   Zé Areia.
A Figura folclórica, Zé areia, chamava-se José Antônio Areia Filho, nascido em 1901 e falecido em 1972, boêmio inveterado que, com suas às suas piadas e sátiras, naturalmente improvisadas, era reconhecido e enaltecido pelo povo de Natal. Ele trabalhou na Base de Parnamirim, como barbeiro dos soldados americanos, muitos dos quais não foram vítimas de suas piadas.


No desenrolar da 2ª Guerra Mundial, ocorreram alguns episódios entre Zé Areia e os soldados americanos, quando ele foi contratado para ser barbeiro na Base de Parnamirim, episódios estes dignos de registros.

Zé Areia, certa vez vendeu uma Galinha a uns soldados americanos, por dez dólares, sendo o preço dez vezes acima do valor real. O comprador, depois de descobrir que havia sido lesado, prontamente reclamou ao Cônsul que, por sua vez juntamente com o reclamante, procurou Zé Areia para esclarecer o fato.

          - É verdade que o senhor vendeu uma galinha por Dez Dólares? Questionou o Cônsul, com seu sotaque carregado.

          - Não senhor. Eu não disse que a galinha era Dez Dólares. Apenas, perguntei a ele: “Tem dólar?!”

No livro de Veríssimo de Melo (Sátiras e Epigramas de Zé Areia" - Veríssimo de Mello. Natal, 1979 (2 Edição), encontramos outros episódios hilários, conforme podemos conferir abaixo:
Em uma delas, Paulo Leandro encontra Zé Areia na Ribeira e, recém-chegado do Amazonas, relata ao amigo como passava os seus dias na selva:

"- Vivo muito feliz na selva. Minha ocupação é matar onças. Mato uma na segunda, vendo na terça. Na quinta, mato outra e vendo na sexta. Por que você não faz como eu e vai trabalhar também no Amazonas?" Com a rapidez que lhe era peculiar, Zé Areia fulminou logo:
- Homem, matar onça já é difícil... E logo em dia marcado!..."

"Certa vez, Zé Areia vendeu um papagaio completamente cego a um americano. No dia seguinte, foi procurado pelo Consul Americano, juntamente com o soldado, a vítima. O Consul declarou que o papagaio que ele vendera era cego! Um absurdo. Não prestava. Zé Areia teve esta saída genial:
- Espere: o senhor quer papagaio prá falar ou prá levar pro cinema?".
"Conta-se também de Zé Areia disse num ônibus superlotado.

Bateu na campainha e exclamou:
- Parem para saltar um côrno!
Houve risada geral. Ele desceu, calmamente, e já do lado de fora, gritou:
- Agora podem levar o resto!"

" Entrando no restaurante de D. Zefinha, nas Rocas, Zé Areia pediu uma galinha assada. Veio o prato e ele ia começar a comer. Mas, num gesto fidalgo, ofereceu-o à dona da casa, nestes termos:
- Vamos comer uma galinha, dona Zefinha ?
A mulher, mal-humorada, respondeu bruscamente:
- Não gosto de galinha.
Ao que ele completou:
- Isso é que é uma classe desunida!"

"Encontrando um amigo, que morava nas Rocas, Zé Areia disse:

- Eu hoje vou almoçar e jantar com você. O homem respondeu zangado:
- Na minha casa não entra corno!
Zé Areia indagou: - E você dorme na rua?"

" Estava com Zé Areia, na calçada da Tavares de Lira com a Dr. Barata, quando um anjinho surgiu, pela Frei Miguelinho, o enterro de um "anjinho". O caixãozinho azul vinha carregado por quatro crianças e mais uma meia dúzia de pessoas acompanhando. Quando o caixão ia passando bem próximo de nós, Zé Areia disse algo que nenhuma outra pessoa do mundo poderia pensar, naquele momento, apontando:
- Taí.! Só bebia leite..."

"Entrando numa peixada, nas Rocas, Zé Areia observou outros rapazes que discutiam sobre as melhores partes do peixe. Ninguém dava importância a Zé Areia, por ser um freguês sabidamente pobre. Lá pra tantas, um dos rapazes pediu a opinião dele sobre a parte do peixe que preferia. Improvisou esta quadrinha:

Embora tudo aconteça,
de valente não me gabo.
Do peixe quero a cabeça,
da mulher, prefiro o rabo.
A dona da Peixada botou-o para fora, pelo desrespeito".

Fontes de Consultas:

·                    Arquitetura da Base Aérea de Natal na Segunda Guerra Mundial e as mudanças trazidas pelas travessias do Atlântico

Graciete Guerra da Costa Doutoranda da Universidade de Brasília e Pesquisadora do CNPq. Graduada em Arquitetura pela Universidade Federal do Pará (1980) e graduação em Nancy II - Université de Nancy I (1980). Mestra em Arquitetura e Urbanismo pela UnB (2006).

·                    COSTA, Fernando Hippólyto da. História da Base Aérea de Natal. Natal, Ed. Universitária, 1980.

·                    CUNHA, Gersonete Sotero da. Natal e a expansão territorial urbana. Natal: EDUFRN, 1991. p. 18.

·                    MELO, Protásio Pinheiro de. Contribuição Norte-Americana à Vida Natalense. Brasilia: Senado Federal, 1993. 176p. Parnamirim e Natal na Segunda Guerra Mundial. Natal: PRAEU/RN Econômico, 1982. 33p.

·                    MELO, Protásio Pinheiro de Parnamirim e Natal na Segunda Guerra Mundial. Natal: PRAEU/RN Econômico, 1982.

·                    NATAL E A II GUERRA MUNDIAL: CRÔNICAS SOBRE A CIDADE

Giovana Paiva de Oliveira – UFRN/UFPE /Virgínia

Pontual – UFPE

·                    SMITH JUNIOR, Clyde. Trampolim para a Vitória. Natal: Editora Universitária, abril/1993. 225p

·                    http://www.fundacaorampa.com.br

·                    https://curiozzzo.com

·                    www.onatalense.com.br

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·                    https://tokdehistoria.com.br

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